Quer me ver feliz e bater palminhas? (Não, não é por uma bola no meu nariz nem me dar uma sardinha!Lembrou dessa música? Espero que sim!) Sempre gostei de coisas antigas, do vintage. Tudo que esteja relacionado com o passado, amarelado pelo tempo, com mais de 20 anos entra nessa categoria de objetos adorados. O por quê eu desconheço e há alguns que ainda ocupam espaço na minha memória com grande estima: a maleta de couro cru desgastada e cheia de instrumentos engraçados que meu avô, barbeiro de profissão levava ao salão todos os dias; o fusquinha amarelo do meu pai que nos levava à praia nas férias de verão; uma cadeira de madeira e couro vermelho com cara de anos 60 que achei perto da casa onde morei em Madrid; a máquina de escrever do marido da minha amiga Julita, uma senhora de noventa anos que me ensinou a fazer uma tortilla de batatas como uma espanhola; um cortador de massa usado em confeitaria comprado em um antiquario no Canadá; o meu caderno que já nem fecha mais de tantas receitas que me acompanham há 15 anos.

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Sempre que viajo, tenho o costume de visitar mercados de antiguidades ou relíquias e me divirto examinando cada peça: as texturas, a harmonia das cores, as formas. O fato de estar em contacto com algo antigo e raro me fascina porque desperta minha imaginação: qual é a história? Quem seriam os donos? Como viveriam? que papel tiveram na vida dos seus donos? Tento construir para cada um passado, uma identidade que lhes dá “vida” e como consequência, emoções. Louco mas eu adoro! A mesma fascinação tenho por casas e prédios antigos e decadentes. Quem viveu ali? Por que está assim? Como ficaria se fosse reformado? O querid@ leit@r, pode imaginar o meu sofrimento quando fui à Lisboa por primeira vez? A vontade de invadir e cuidar de cada um daqueles edifícios, de trazer-lhes de volta à vida, de dar-lhes um novo destino. Joguei na loteria com a esperança de que se ganhasse, compraria o que o prêmio me permitisse em casas abandonadas e esquecidas; reponer os azulejos arrancados pelo tempo e por mãos desconhecidas e desrespeituosas, trazer jardins de volta à vida. Mas acho que o charme e o encanto de Lisboa com uma aparência única, está nessa decadência quase que natural, à espera de ser recorrida e descoberta.

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Comemorando a minha preferência por coisas velhas, escolhi uma receita que é simples de fazer e foi tirada do meu caderno de receitas, antiguinho e que me acompanha como um diário. São as bolinhas de coco de uma revista do ano de 1995 (eita!). Rende cerca de vinte bolinhas (depende do tamanho que vc fizer):

 1 xícara de leite condensado – 1 colher de chá de essência de baunilha – 4 ½ xicaras de coco ralado seco – 2 claras de ovos – 1 pitadinha de sal . Misturar o leite condensado com a baunilha, juntar o coco ralado e misturar bem. Bater as claras e a pitadinha de sal em neve, ponto firme, e adicionar delicadamente à massa de coco.Formar as bolinhas e levar para assar em forno pré-aquecido 180ºC(350ºF) em forma untada com um pouco de manteiga ou forrada com papel manteiga. Estarão prontos quando as bordinhas estiverem douradas e o topinho firme.

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