Um pouco de livro e muito de Barcelona

E o Vitrine Barcelona começa com este post. Espero que gostem e que visitem sempre este espaço, esta vitrine onde Barcelona sempre será o foco.

Que Barcelona é uma das cidades mais turísticas da Espanha acho que é de conhecimento geral. A linda “Ciudad Condal” já foi cantada, filmada e fotografada inúmeras vezes, e também foi cenário de vários livros. E é sobre isso que eu vou falar.

Muitas vezes vivemos em uma cidade e não conhecemos determinados lugares ou pontos turísticos. Não sei se acontece, ou aconteceu com vocês, mas comigo sim. Tantos anos morando no Rio de Janeiro e ainda tem lugares na cidade que eu não conheço, ou onde só estive uma vez. Aí você começa a ler um livro e vê a tua cidade tão bem retratada e se dá conta de que nunca nem olhou para aquela praça, nem reparou naquela rua, que muitas foram as vezes que passou diante daquele edifício sem se dar conta da sua fachada incrivelmente bonita.

Adoro ler e adoro minha cidade atual e dois dos meus livros favoritos têm Barcelona como pano de fundo para suas ações, mas também existem outros; falarei um pouco sobre eles, mas não sobre todos. Que a curiosidade lhes faça ler cada um deles.

Um dos meus livros favoritos sempre e sempre se chama “La Catedral del Mar”, a história se passa no século XIV e conta a história da construção da Basílica de Santa María del Mar, uma joia arquitetônica no Bairro do Born. “A igreja do povo, construída pelo povo e para o povo”.

Uma obra que durou 55 anos, uma viagem à Barcelona Medieval, uma visualização da cidade naquela época, de como era estruturada. Depois de ler o livro, você não entra mais naquele espaço da mesma maneira que antes. Impossível não tocar nas suas pedras e ser remetido ao texto de Ildefonso Falcones.
Este foi o primeiro livro desse advogado que levou 4 anos para escrevê-lo, pois somente escrevia uma hora antes de ir ao trabalho e à noite. No mesmo ano que foi lançado, “La Catedral del Mar” foi o livro mais vendido tanto em espanhol como em catalão e ganhou vários prêmios, entre eles o Giovanni Boccacio 2007 de melhor autor estrangeiro. E claro, não ficou imune às críticas negativas, que afirmaram que o autor incluiu dados históricos falsos, principalmente no que se refere à ambientação daquela Barcelona medieval que estava sob o jugo da Coroa de Aragão; de como foi descrita no livro.

Com críticas negativas ou não, o que posso dizer é que se ainda não o leram, eu recomendo a leitura já.

A outra joia que tenho na estante se chama “La Sombra del Viento”, de Carlos Ruiz Zafón. A obra está ambientada na Barcelona dos anos 1945 até 1966. A história é sobre Daniel, um menino que vai com seu pai a um lugar muito peculiar conhecido como o Cemitério dos livros esquecidos, e esse lhe presenteia um livro chamado “La Sombra del Viento”. Depois de lê-lo em um só dia, o menino Daniel empreende uma busca incansável para descobrir quem é o autor daquele incrível livro, já que nada se sabe sobe ele. Aqui começam as aventuras de Daniel, um livro que te prende da primeira à última página e olha que não são poucas, são 575 págs.

Uma riqueza de detalhes tão grande ao descrever suas ruas, bairros, praças faz com que nos situemos em cada espaço que o livro narra. Barcelona é tão bem descrita que existem vários passeios pela cidade inspirados no livro.

Um clássico que ainda não li, mas está na minha lista é “La Plaza del Diamante”, um livro de Mercè Rodoreda.

“La Plaza del Diamante” é uma praça no bairro de Gràcia (Se vocês não sabem, Gràcia é um dos bairros mais charmosos de Barcelona, cheio de história, cafés e restaurante charmosos e lojas variadas) e que ficou famosa depois do livro. Em homenagem à oba de Rodoreda, a praça conta com uma estátua de Xavier Medina- Campeny, que representa a protagonista e seus pombos, a estátua leva o nome de “La Colometa”.

O livro é um dos melhores romances sobre a Guerra Civil espanhola e seus protagonistas são Colometa, uma mulher simples que conhece o seu futuro marido Quimet em um baile celebrado na Plaza del Diamante. Depois vem a parte mais intensa que retrata o drama da Guerra Civil e que destrói a vida de Colometa e por último a reconstrução íntima e familiar dessa mulher barcelonesa.

Outro dia li esta frase, e me parece perfeita: “Meio de transporte favorito: Livro”.
Convido-lhes a que escolham o “meio de transporte”, desçam na “Estação Barcelona” e boa viagem. Descobrirão uma cidade cheia de encanto ao mesmo tempo que disfrutarão de uma deliciosa leitura. Tem coisa melhor?

Deixo alguns livros que têm Barcelona como cenário. E se conhecerem algum outro eu vou adorar que me informem, assim que não deixem de comentar.

Marina – Carlos Ruiz Zafón
La Ciudad de los Prodigios – Eduardo Mendonza
Lo mejor que le puede pedir a un Cruasán – Pablo Tusset
La Clave Gaudí – Esteban Martín

Até a próxima semana com mais Barcelona, com mais Vitrine Barcelona.

#Barcelona #VitrineBarcelona