Uma iniciativa pioneira no Brasil no pagamento por serviços ambientais (PSA), o Projeto Oásis, será um dos destaques do fórum que ocorre no próximo dia 15, durante a 12ª Conferência das Partes (COP 12) da Conferência  sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, na Coreia do Sul. O projeto mescla conservação da natureza e economia e visa à proteção de mananciais de abastecimento público de água, por meio de parcerias entre instituições públicas e privadas e representantes da sociedade civil.

O projeto premia financeiramente os proprietários rurais que protegem suas áreas de vegetação nativa e que adotam práticas de conservação de uso e de manejo do solo. Segundo informou o coordenador do OásisGuilherme Karam, da Fundação Boticário de  Proteção à Natureza, 226 proprietários de terras brasileiros foram beneficiados até hoje, resultando na preservação de quase 2,5 mil hectares de mata nativa.

O projeto foi implantado inicialmente em São Paulo (SP), em 2006, e, em 2011, devido à demanda externa de outros municípios interessados em replicar o modelo de PSA, ele  teve sua forma de valoração alterada, de modo que pudesse atender às especificidades de cada cidade.

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O novo modelo do Oásis, replicável, que tem uma fórmula padrão bem didática e bem fácil  de ser aplicada, foi lançada na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, no Rio de Janeiro”, disse Karam. A partir daí, foram firmados termos de cooperação técnica com nove municípios interessados em implantar o projeto em suas regiões. Quatro projetos estão pagando aos proprietários rurais envolvidos e que se comprometem a conservar suas áreas naturais.

Além de São Paulo, que no momento  discute a renovação do Oásis, as cidades que estão replicando o projeto são a região metropolitana de Curitiba (PR); São Bento do Sul (SC)Brumadinho (MG), em parceria com o Ministério Público Estadual; São José dos Campos (SP); o distrito de Taquaruçu, em Palmas (TO); a região da Área de Preservação Ambiental (APA) do Piratigi, no sul da BahiaBonito (MS).  Em Santa Catarina, se acha também em etapa final  consulta pública para  inclusão do método do Oásis na legislação estadual, acrescentou Karam.

Karam vê a participação na COP-12 como uma possibilidade de levar o projeto para outros países,  por meio de parcerias locais. “É uma possibilidade”. Ele esclareceu que uma das maiores dificuldades hoje em dia  é definir quanto deve ser pago por hectare protegido. “A nossa fórmula facilita aos municípios chegarem a essa resposta, porque ela foi construída com apoio do economista Carlos Eduardo Young, professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro [UFRRJ]”.

As fontes pagadoras podem ser  as prefeituras; companhias de águas, que dependem da conservação  das bacias hidrográficas;  empresas de mineração, por meio de medidas compensatórias acordadas com o Ministério Público, caso de Brumadinho (MG); doações de organizações não governamentais (ONGs) internacionais, conforme ocorreu em São Paulo; empresas de bebidas; e o próprio setor agrícola, que depende da água para o seu negócio, entre outras.

 

 

Com informações da Agência Brasil

Por: Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli

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( Texto retirado na íntegra )