O papa Francisco pediu ontem (23) aos bispos norte-americanos para acolherem “sem medo” os imigrantes da América Latina, porque isso vai enriquecer tanto os Estados Unidos quanto a Igreja Católica.

O papa, que falava na catedral de São Mateus, em Washington, exortou os bispos a trabalhar para que “não se repitam nunca mais os crimes e os momentos obscuros” que constituíram os abusos sexuais de menores por membros da Igreja Católica dos Estados Unidos.

“Nenhuma instituição norte-americana fez mais pelos imigrantes que as comunidades cristãs”, disse. “Como um pastor do sul”, disse o papa argentino, “sinto necessidade de encorajá-los”.

“Talvez não seja fácil para vocês lerem a alma [dos imigrantes]. Talvez a sua diversidade seja um desafio para vocês. Mas saibam que eles também têm recursos para partilhar. Estou certo de que, como ocorreu tantas vezes no passado, estas pessoas vão enriquecer a América e a sua Igreja”, disse.

Os imigrantes da América Latina representam cerca de 40% dos católicos no país e têm estado no centro do debate político, sobretudo entre os candidatos à nomeação republicana para as presidenciais de 2016.

O papa exortou, por outro lado, os bispos norte-americanos à unidade com Roma, afirmando que a Igreja “não pode se deixar partir em pedaços ou tornar-se objeto de querelas”, e a aprofundarem “o diálogo” com os fiéis.

Sobre a questão dos abusos sexuais de menores, embora sem referir especificamente, Francisco sublinhou “o valor” com que os bispos norte-americanos enfrentaram “os momentos obscuros”, “sem temerem as autocríticas nem pouparem humilhações e sacrifícios” e com “generoso empenho” a favor das vítimas.

O papa Francisco pediu publicamente perdão pelos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica e reforçou as sanções para os membros do clero envolvidos nesse tipo de crime.

Nos Estados Unidos, o escândalo dos abusos sexuais de menores por padres católicos surgiu nos anos 1980, desacreditando a hierarquia católica e levando à falência várias dioceses, obrigadas a pagar indenizações a vítimas.

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Com informações da Agência Brasil

Por: Agência Lusa – Agência Brasil

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( Texto retirado na íntegra )