Estudo inédito sobre estatísticas do gênero, desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base no Censo de 2010 – revela que a mulher contribui com 40,9% para a renda familiar, enquanto os homens são responsáveis por 59,1%.

Nas áreas rurais, o sexo feminino registra uma contribuição de 42,4% na receita da família, mas na região nordeste ultrapassa este percentual, chegando a 51%, enquanto que na zona rural do Centro-Oeste a participação na renda familiar é menor (26%).

Na maioria dos Estados do Nordeste a contribuição feminina para o rendimento familiar era maior do que a dos homens. Em nível Brasil, quanto maior a renda, menor a participação feminina no rendimento familiar. Entre os mais pobres (até meio salário mínimo per capita), essa participação foi de 45%. Já entre aqueles que ganhavam mais de dois salários mínimos per capita, a contribuição foi de 39,1%.

Outro dado importante é a taxa de analfabetismo, que na última década caiu entre as mulheres. Elas se aprimoraram na educação; são em maior número no ensino superior, e têm distorção menor em relação à idade e à série estudada. Mesmo assim, a desigualdade de emprego e renda não foi eliminada quando comparadas aos homens.

Os menores rendimentos têm sexo, cor e localidade: 50,8% das nordestinas pretas ou pardas têm rendimento de até um salário mínimo, assim como 59,3% das mulheres nas áreas rurais desta região. O rendimento de pretas e pardas equivalia a R$ 727,00 – 52% do das brancas (R$ 1.396,00). Se comparado com o dos homens brancos (R$ 2.086,00), pretas e pardas ganhavam 35% do rendimento dessa parcela da população – a chamada dupla desigualdade.

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Em relação a 2000, as mulheres tinham participação maior na população em idade ativa (aquela que está trabalhando ou procurando emprego). Esse índice passou de 50,1% para 54,6%. Mas entre os homens, a proporção ainda é bem maior: 75,7%.

As mulheres brancas eram maioria entre as trabalhadoras com carteira assinada (58,4% para 40,2%). Há mais pretas e pardas trabalhando como domésticas do que brancas – entre as que têm carteira assinada, 57% eram pretas e pardas, e, 42% brancas. As pretas e pardas sem carteira assinada correspondiam a 62,3%, e as brancas a 36,5%. Isso demonstra a desigualdade até mesmo entre mulheres na mesma categoria profissional.

Como podemos constatar, através deste estudo do IBGE, ainda há muito por fazer em favor das brasileiras no mercado de trabalho, e certamente, é uma das apostas femininas para a mudança que se espera em território nacional – marca registradanas últimas eleições…