O cônsul do México em São Paulo, José Gerardo Traslosheros Hernández, declarou que o governo mexicano não permitirá que o caso dos 43 estudantes desaparecidos em Iguala, no Sul do país, fique impune. Os jovens, alunos da Escola Normal de Ayotzinapa, sumiram em 26 de setembro após serem presos pela polícia municipal. O fato desencadeou diversos protestos por todo o país.

Não haverá impunidade, o governo federal está atuando. Retirou as investigações das autoridades locais para o nível federal. A Procuradoria-Geral da República, junto com a Polícia Federal, intervieram e fazem uma investigação com a maior seriedade para esclarecer o caso e prender os culpados”, disse.

A declaração do cônsul foi passada após reunião, ontem (16), com representantes de movimentos sociais, na capital paulista. Antes do encontro, funcionários da embaixada ainda limpavam pichações na fachada do Consulado Geral do México feitas ontem durante manifestação, que exigiu punição aos culpados pelo sumiço dos estudantes. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 20 pessoas fizeram o protesto pacífico em frente ao prédio, no Jardim Europa, zona sul de São Paulo.

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O cônsul comentou sobre os questionamentos dos movimentos sociais a respeito da garantia da liberdade democrática no México. “Foi um caso local, que aconteceu num município do interior do país. Mas o governo é democrático, que está convencido das liberdades democráticas e que quer reafirmar a sua vocação democrática.

Segundo Mauro Puerro, membro da Executiva Nacional da Central Sindical e Popular Conlutas, uma carta com reivindicações dos movimentos sociais foi entregue ao cônsul, que a repassará ao governo mexicano. “Ele nos garantiu que o estado mexicano está muito preocupado com a sua imagem no mundo todo. E quer demonstrar que o Estado Nacional do México não tem envolvimento [com o sumiço] e vai tomar medidas. A conversa foi satisfatória, mas, entre a conversa e as ações existe um abismo. Esperamos que a conversa se manifeste em ações.”

Lucas Brito, membro da Executiva Nacional da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), disse, porém, que teme o aumento da repressão policial aos jovens em todo o mundo. “Nossa visita aqui ao consulado é muito importante, sentimos orgulhosos, e aqui cumprimos um papel importante de anunciar um desejo da juventude estudantil brasileira. Mas a resposta de que o governo federal [do México] vai lutar para acabar com a impunidade, sem discutir a fundo a necessidade de todo uma política de impedir a repressão policial às manifestações, achamos que foi insatisfatório. Queremos um passo a mais, a imediata a prisão de todos os envolvidos.”

Lucas denuncia a existência de perseguição aos movimentos sociais, especialmente aos jovens, em várias partes do mundo, incluindo no Brasil.

 

Com informações da Agência Brasil

Por: Fernanda Cruz – Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante

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( Texto retirado na íntegra )