A presidenta Dilma Rousseff criticou ontem (29) as propostas que reduzem a maioridade penal. Segundo ela, “toda experiência demonstra que redução não resolve a questão da violência”. Para Dilma, o combater a violência se resolve punindo rigorosamente os adultos que aliciam adolescentes para cometere infrações.

“Defendemos que a pena seja agravada para o adulto que utilizar jovens como escudos dentro de uma organização criminosa. Não é reduzindo maioridade penal. É agravando pena para adulto que usou o jovem sabendo que, com isso, estava reduzindo seu raio de ação. Não se pode acreditar que a questão da violência que atinge o jovem decorre da questão da maioridade ou da redução dessa maioridade.”

Durante o 3º Festival da Juventude Rural, organizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a presidenta informou que o governo tem um compromisso com a extensão da banda larga para as regiões rurais brasileiras. Segundo ela, essa “exigência” decorre do momento em que todas as pessoas se conectam por meio da rede mundial de computadores.

A presidenta Dilma Rousseff participa do 3 Festival da Juventude Rural, no Parque da Cidade (Valter Campanato/Agência Brasil)

Em discurso no 3º Festival da Juventude Rural, Dilma defendeu o aumento da pena para o adulto que usar o jovem como escudo em uma organização criminosaValter Campanato/Agência Brasi

“Dai a importância da internet para a juventude de trabalhadores rurais e pequenos produtores assentados da reforma agraria. É condição essencial de vida. Sem isso, não haverá presença no campo.

Dilma destacou também a relação do governo com os movimentos sociais. “Muitas coisas conquistadas são frutos dessas conversas, porque vocês reivindicam e defendem posições. Por isso, a importância de eventos como esse.”

Em referência à corrupção, a presidenta disse que a confusão entre o privado e o público “vem lá de trás”. Acrescentou que “decorre de uma coisa chamada patrimonialismo”, referindo-se ao tempo das oligarquias. Segundo ela, o governo tem defendido o patrimônio público.

“Por isso, é importante termos claro que a visão do que é público é algo essencial. Temos de respeitar o que é o bem público. Temos de ser capazes de prestar contas sobre esse bem público. Sobretudo, temos, como governo, de ser capazes de defendê-lo. Quero assegurar que estamos fazendo.”

Representante da Contag, Maria José Morais destacou a presença dos oito milhões de jovens que vivem no campo. Maria José afirmou que parte dessa juventude quer sair do campo, mas a outra quer continuar trabalhando na agricultura. “Queremos estar no campo, alimentar o Brasil. Queremos trabalhar na terra, com uso sustentável dos recursos da natureza”, explicou.

Segundo Mazé, como é conhecida, para que os jovens continuem no campo é preciso que o Estado brasileiro desenvolva políticas que valorizem a juventude. Ela defendeu a bandeira da reforma agrária, de forma que haja condições para essa permanência.

De acordo com Alberto Broch, presidente da Contag, “mais importante que as reivindicações é o tema que os jovens levantam. Eles querem continuar produzindo alimentos daqui a 10, 20 ou 30 anos”.

Na abertura do festival, o governo federal lançou o edital da Juventude Rural, que destinará R$ 5 milhões para projetos de cooperativas e associações de jovens voltados para produção.

Esta edição do festival tem como tema Juventude na Luta por Terra, Políticas Públicas e Sucessão Rural na América Latina. A expectativa é que 5 mil jovens brasileiros e de outros países da América Latina participem do evento, que será encerrado amanhã (29) com um ato político na Esplanada dos Ministérios em defesa da reforma política.

Além de conferências e painéis temáticos sobre o papel da juventude na luta pela terra, o festival contou também com oficinas pedagógicas e atividades culturais.

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Com informações da Agência Brasil

Por: Paulo Victor Chagas– Agência Brasil

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( Texto retirado na íntegra )