A seleção que conquistar a Copa do Mundo no Brasil receberá da Fifa prêmio de R$ 83 milhões (US$ 35 milhões). Uma verba que pode não ser significante para as seleções com contratos de patrocínio milionários como o Brasil, mas que é de grande valia para coadjuvantes.

Esse valor vai ser dividido entre os jogadores e membros da comissão técnica, caso conquistem o título. Como vai ser a divisão, ainda é uma incógnita.

CBF ainda não definiu quanto do prêmio total será repassado para os jogadores e comissão técnica. Para se ter uma idéia, em 2010, a Federação Espanhola dividiu 60% do prêmio entre jogadores e comissão técnica. Cada um dos 23 atletas campeões recebeu a cerca de R$ 1,9 milhão.

Caso o Brasil adote a medida e realize a divisão igual entre jogadores e comissão, cada um receberá cerca de 1 milhão, 115 mil Reais. Prêmio digno de Mega Sena.

Prêmio vai dividido entre jogadores e membros da comissão técnica

Prêmio vai dividido entre jogadores e membros da comissão técnica

Os espanhóis terão a maior premiação em dinheiro se ganharem a Copa

Os jogadores de Espanha receberão 2,2 milhões de reais se levarem o bicampeonato no mundial da FIFA

O valor é o dobro do que ganharão os alemães e os brasileiros se conquistarem o título

À Copa Brasil 2014, os futebolistas e a federação chegam com os deveres cumpridos: o pacto é total e os acordos já estão assinados. Cada jogador receberá 720.000 euros (2,2 milhões de reais) por conseguir a segunda estrela, 20% a mais do que embolsaram na África do Sul. Passar das oitavas garante 72.000; chegar às semifinais, 108.000 euros; e à final, 144.000. “Entendemos isso como um investimento. Nós dividimos com os jogadores o que a FIFA nos paga”, resumem na Federação. Muito mais generosa que outras federações. A brasileira daria 330.000 a cada jogador e a alemã, 300.000.

Faz mais de um mês que os prêmios estão definidos em função dos objetivos. Casillas e Xavi não demoraram para chegar a um acordo com Jorge Pérez, secretário-geral da RFEF e María José Claramunt, diretora da seleção, pelo qual se continua pagando por metas, mas as quantidades serão aumentadas. Além disso, Claramunt voltou a encher de presentinhos as malas dos jogadores selecionados, para que fiquem contentes. Quando não é um relógio de luxo, é um vale do Corte Inglés. Ou as duas coisas.

Em 1998, eliminada na primeira fase do Mundial da França, a Espanha perdeu tanto dinheiro que era difícil para a federação encontrar rivais para partidas amistosas. “Pedíamos 100.000 euros e, em resposta, propunham 75.000”, recordam nos gabinetes do complexo esportivo Ciudad del Fútbol. Agora, não há amistoso que seja assinado por menos de um milhão.

A Federação administra um orçamento de cerca de 150 milhões, que se nutre em até 40% da receita conseguida com a seleção, transformada em uma máquina de fazer dinheiro. “Desse dinheiro vive o futebol nos torneios locais, é paga a infraestrutura, os árbitros de milhares de partidas jogadas em categorias não profissionais, mas disso não se fala porque não interessa”, lamentam na Federação, que é um órgão privado sem finalidade lucrativa, mas com função pública para representar a Espanha no exterior e organizar competições. A entidade, porém, é auditada pelo Conselho Superior de Desportes (CSD).

Somente durante a permanência na África do Sul a Federação ganhou 30 milhões pela conquista da Copa, entre o dinheiro desembolsado pela FIFA para a entidade pelo campeonato do mundo e os bônus obtidos dos patrocinadores oficiais da seleção, 17, dos quais a Iberdrola, Movistar e Cruzcampo são os principais. “Com todos pactuamos incentivos por vitória”, explicam na Federação, administrada por autogestão. Incluindo a Adidas, patrocinadora técnica oficial, empresa esportiva que não divulga cifras, mas endossa a mensagem da federação: “Não há camisa que se venda mais no mundo do que a vermelha”.

Somente na África do Sul, a Federação ganhou 30 milhões pela conquista do Mundial

A Federação renunciou às subvenções públicas há três anos, embora receba 1% das loterias, quantidade destinada ao futebol não profissional. De fato, desde que a Espanha ganhou em Viena a Eurocopa 2008, mas muito especialmente em consequência da conquista do Mundial 2010, rara é a semana que no gabinete de Claramunt na Ciudad del Fútbol não chegue uma oferta comercial para a federação, mas também uma solicitação de ajuda de alguma entidade beneficente, à qual La Roja destina cada vez mais atenção por vontade expressa de Del Bosque e dos jogadores. Por exemplo, depois da Copa da África do Sul, a federação doou à UNICEF uma boa quantia para um programa que busca combater a malária no continente africano.

“Essas coisas não se explicam, se fazem”, argumenta Jorge Pérez, que também não dá muitas pistas sobre os prêmios, por respeito aos jogadores. Nesse sentido, esclarece que a Fazenda espanhola sempre esteve a par de todos os pagamentos e se beneficia com a entrada de dinheiro procedente da FIFA. Já em 2010 o assunto chegou ao Parlamento, por solicitação da IU (Esquerda Unida), com o apoio do BNG (Bloco Nacionalista Galego) e do ERC (Esquerda Republicana da Catalunha). “Um debate populista, sem sustentação”, defenderam na federação espanhola de futebol (RFEF) quanto às denúncias de que os jogadores tributaram parte dos prêmios fora do país, algo que Pérez sempre negou.

No Mundial da África do Sul 2010, a AFA, a federação da Argentina, pagaria pela conquista do título 510.000 euros por jogador, a Inglaterra chegava a 475.000 para cada e os jogadores da Itália, que defendia o título obtido em 2006 em Berlim, receberiam 240.000 euros. O Brasil havia pactuado 180.000 euros e os jogadores da França tiveram muitos problemas para chegar a um acordo de 390.000 cada no caso de ganharem o título. A estrela será paga e com generosidade, porque não só concede prestígio esportivo, mas também garante dispor de uma fábrica de dinheiro na Ciudad del Fútbol. “Ganhar uma Copa do Mundo dá muita grana”, reconhecem na Federação.

FONTE: EL PAÍS