Audiência contará com a presença de Ivanise Esperidião, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD), entidade conhecida como Mães da Sé

A proposta ainda é um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), mas o briefing do aplicativo a ser desenvolvido para dispositivos móveis já é reconhecido por especialistas e associações de apoio às famílias de desaparecidos como uma ferramenta que trará avanços significativos sobre o registro e localização de pessoas. A audiência pública marcada para o dia 1º de julho na Alep levará ao debate autoridades das polícias Civil, Militar e Federal, além do Judiciário, Ministério Público, Conselhos Tutelares e organizações que apoiam a causa.

O projeto pretende a criação do “Alerta Vida” e a regulamentação do procedimento e as medidas de urgência a serem adotadas em caso de desaparecimento de crianças, adolescentes, adultos e idosos. Apresentada pelo deputado estadual Marcio Pacheco – que também é policial federal – a proposta já vem acompanhado do briefing de desenvolvimento do App (aplicativo mobile).

A ferramenta deverá georreferenciar e disparar alertas em tempo real, após cada registro de desaparecimento no Estado do Paraná. Caso aprovada, a plataforma será de uso obrigatório para todas as instituições policiais subordinadas ao Estado e guardas municipais, como também será disponibilizado mediante convênio, às polícias federal, rodoviária federal e conselhos tutelares.

De acordo com Ivanise Esperidião, presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD), entidade conhecida como Mães da Sé, não há no Brasil uma ferramenta eficiente e integrada que permita a pronta comunicação do desaparecimento. “A proposta seguramente é inovadora e trará dinâmica a ação das autoridades que poderão interceptar muitos casos de rapto, tráfico de pessoas e impedir inúmeras violências; até mesmo mortes”, defende Ivanise.

Uma das maiores vantagens da implantação do sistema, é a capacidade do Estado desenvolver o aplicativo sem custos adicionais, utilizando a estrutura e expertise da Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar). A empresa pública já possui alta capacidade de desenvolvimento de tecnologias multimídias, geoprocessamento e armazenamento de dados. A ferramenta pode ser programada com a utilização de software livre (o que permitirá a disponibilidade para outros Estados da federação).

RESUMO DO FUNCIONAMENTO DO APP
Alguns cliques e um alerta será disparado. Ao suspeitar de um desaparecimento, o cidadão poderá procurar o policial de qualquer instituição ou do conselho tutelar. A autoridade terá em seu celular ou outro dispositivo móvel o App instalado. Ao fazer login no sistema, bastará fotografar uma imagem do desaparecido, cadastrar as informações básicas da vítima e das suspeitas sobre o fato. Ao confirmar o registro, todos os aparelhos com aplicativo instalado receberão o aviso do Alerta Vida num raio de 150 quilômetros da ocorrência. Em duas horas, o alerta será disparado para os cadastrados em todo o Estado.

PASSO A PASSO DO APP
1.    O App “ALERTA VIDA” permitirá o cadastro do informe de desaparecimento, com a inclusão de foto atualizada e dados complementares, além do georreferenciamento das informações no google maps.

2.    Assim que confirmado o cadastro, o sistema deverá disparar o alerta primeiramente às autoridades cadastradas num raio de 150 quilômetros; permanecendo o alerta de desaparecimento, duas horas depois o alerta é irradiado para todo o Estado.

3.    O sitio público do “ALERTA VIDA” permitirá que todo cidadão auxilie na busca através do compartilhamento nas redes sociais. Em caso de localização, o texto do site é alterado, mudando automaticamente também o texto compartilhado de DESAPARECIDO para LOCALIZADO.

4.    Os cadastrados receberão sinal de alerta sobre o desaparecimento e todo policial ou conselheiro estará habilitado para desfazer a notificação de desaparecimento em caso de localização, o que modificará o status da ocorrência.

5.    O sistema também contará com um campo de cadastro à finalização da ocorrência, onde podem constar informações pontuais sobre o caso, com tipificações clicáveis, facilitando o mapeamento do perfil da ocorrência. Com acesso exclusivo à Secretaria de Segurança Publica, o sistema disponibilizará base de dados, estatísticas, o que permitirá estudos sobre perfis socioeconômicos e psicossociais das ocorrências registradas.

Apps com essa dinâmica de funcionamento são facilmente desenvolvidos por programadores, têm linguagem intuitiva, o que permite ser gerido por pessoas com qualquer nível de conhecimento tecnológico.

DESAPARECIMENTOS NO BRASIL
O desaparecimento de pessoas no Brasil é um fenômeno social que atinge principalmente famílias de classe baixa. A ausência de ferramentas adequadas e integradas impede uma estatística oficial condizente à realidade, mas estima-se que desaparecem 200 mil pessoas por ano no Brasil. Deste total, 40 mil são crianças e adolescentes. Aproximadamente 6 mil mães e pais, anualmente, deixarão de conviver com seus filhos pelo resto da vida.

Os dados fornecidos pela Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida, “Mães da Sé”, reitera a necessidade de uma atenção especial dos poderes constituídos, ao estudo do tema, discussão e instituição de políticas públicas que modernizem os órgãos de segurança e correlatos, aparelhem e tornem eficiente a prevenção e localização de pessoas desaparecidas.

“Organizações de apoio às famílias de desaparecidos vêm ao longo das últimas décadas desenvolvendo mecanismos próprios de compartilhamento em rede de notícias sobre casos, entretanto, há notória ausência do poder público, que só não é completa, pela ação dedicada dos poucos profissionais envolvidos em departamentos especializados, à exemplo do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), de Curitiba (PR)”, explica o deputado Marcio Pacheco.

De acordo com pesquisa contratada pela Social@Ogilvy (que figura dentre as maiores empresas consultivas do mundo no setor de redes sociais), os brasileiros são os que passam mais tempo online nas redes sociais, totalizando 13,8 horas mensais. Os brasileiros também estão entre os que mais compartilham conteúdo nas redes sociais (71% dos internautas nas redes), ficando atrás apenas da China (80%). Entretanto, o potencial de integração, interatividade e velocidade de comunicação pouco é aproveitado para garantir visibilidade aos informes de utilidade pública.

CONTATOS:
– Ivanise Esperidião: (11) 3337 3331 – Associação Brasileira de Busca e Defesa a Crianças Desaparecidas (ABCD), entidade conhecida como Mães da Sé
– Fernando Hallberg: (45) 9828 1919 – Desenvolvedor web e de aplicativos
– Deputado Marcio Pacheco (45) 9942 9924 – parlamentar proponente do projeto

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Fonte: Pauta Comunicação