Segundo consta nos mais variados dicionários, “Preconceito” é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória, perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento. É uma ideia formada antecipadamente e que não tem fundamento sério.

Entre as diversas definições, é possível encontrar que o “preconceito” é resultado das frustrações das pessoas que podem até se transformar em raiva ou hostilidade. Muitas vezes pessoas que são exploradas, oprimidas, “mal amadas” não podem manifestar sua raiva com o opressor, então deslocam sua hostilidade para outros que consideram inferiores resultando aí a discriminação e o preconceito.

Existem diferentes manifestações e tipos de “preconceito”, sendo as suas formas mais comuns o social, racial (racismo) e sexual (“sexismo” ou homofobia). Nas características comuns a grupos, atitudes preconceituosas são aquelas que partem para o campo da agressividade ou da discriminação.

Algumas pessoas também são discriminadas pelo simples fato de estarem mal vestidas ou aparentando simplicidade demais para determinada ocasião. É por aí o caminho das pedras para o fato que vou comentar…

Precisava ir ao Supermercado a pedido da minha esposa, para comprar alguns produtos que estavam terminando, e são básicos para o cotidiano em qualquer lar. Era cedo e o estabelecimento comercial a recém tinha aberto.

Antes de sair de casa estava passando uma cera no carro, depois de lavá-lo (meu esporte favorito) e fiquem tranquilos porque não moro em São Paulo, onde há problemas de abastecimento, e ainda assim sei economizar água como ninguém, em questões consideradas supérfluas e até nas não supérfluas, já que não podemos exagerar quando se trata da “mãe natureza” – pois de nada adianta reclamar da falta depois…

Mas vamos aos fatos: trajando uma camiseta daquelas que se usa só quando se sabe que o estrago será tremendo, e por ser exaustivamente usada não tem mais serventia (exceto nestes casos) e um calção nas piores condições possíveis (próprio para questões em que a gente vai se molhar e muito), lá me fui às compras.

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Chegando ao estabelecimento comercial, estacionei o carro – peguei um carrinho para colocar os produtos e mal estava circulando nos corredores, quando percebi que os atentos olhos da segurança me “acompanhavam” em todos os lugares.

 

Aí pensei: “vou embora trocar de roupa, antes que me estresse com este povo e principalmente tirar a prova do tratamento que receberei se retornar melhor trajado” – Coisa de Jornalista que vê matéria em tudo. Foi o que fiz. Troquei de roupa e fiz o teste. Ninguém me observava ou seguia meus passos, e no Caixa, até um cartão especial do Supermercado me ofereceram. Quando viram meu carro estacionado, se ofereceram até para levar as compras e manobrar o veículo para facilitar minha saída.  Além disto, ganhei um brinde especial com a recomendação do “Volte Sempre”.

Resumo da Ópera: o “preconceito” – infelizmente -está em todo o lugar, assumidamente ou de forma velada. Quem sabe, um dia, a sociedade se transforma e entende que antes de agir  e causar constrangimento à alguém, o melhor seria perguntar para si mesma, se gostaria de passar por algo idêntico…