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Dedicamos o Café deste semana a este  pequeno (mas nem tanto assim) membro do corpo humano porém tão essencial para a substência humana, tão utilizado e tão valioso para qualquer tipo de trabalho… Sempre nos ajuda, sempre nos auxilia, mas que muitas vezes também nos faz errar, pecar e arrepender-nos.

Como nossa língua, este membro é uma fonte de Bênçãos mas também pode ser de Maldição – as nossas MÃOS (“cuidado mãozinha o que pega, o Salvador do céu está olhando pra você…”)

A seguir vamos apresentaremos dois poemas cuja temática abordada ademais de filosófica gira em torno a esse membro tão querido por muitos e que merece ser  homenageado, reconhecido, sair do anonimato: cinco dedos em cada unha,  metacarpianos, tendões e munheca, palmas, linhas – que obra de arte divinamente planejada para múltiplas funções, sem ela não seria possível certo tipo de música instrumental, como toca-la-íamos?

Fazendo uma referência ao poema, para alguns chocante, da semana passada “Moça, me dá uma rosa?” (meus alunos sempre ficam estupefatos quase aos prantos…), lembrei-me que quando eu era criança alguém me ensinou uma canção (muito conhecida por sinal), não sei se alguma professora, tia, ou  na escola, por ocasião de alguma data especial, sei  que dizia mais ou menos assim:

“Fica sempre um pouco de perfume, nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas…”

Com todos vocês: MÃOS MARCADAS (Mirtes Matias)

e em seguida

 MINHAS MÃOS (Fanny Crosby)

mao flor!

MÃOS MARCADAS

(Mirtes Matias)

Link para escutar a narração por Miriã N. P.

https://www.youtube.com/watch?v=k4AiHZuPE_w

Uma fagulha, uma rajada

O incêndio se alastra.
No velho pardieiro,
O inferno cresce.
Na fuga alucinada
Há maldição e prece.

incêndio

Na tática expectativa dos Bombeiros
Um grito rasga a noite
Infante! Desesperado como um
Açoite
Na alma da multidão.

Onde há coragem para a
Salvação do ser que implora?
Os homens se agitam, as mulheres choram
Mas arriscar a vida, só amor paterno
E a criança que padece é Jaime
O pequeno abandonado
Que vende jornais nas esquinas.
Pobre menino.

jaime

Então resoluto, enorme como um gigante
Impassível como uma estátua
Um vulto se destaca
O varredor de rua lança-se em meio às chamas e
Volta com o menino
Num belo exemplo de amor

varredor

Jaime está salvo!
O pequeno poderá anunciar ainda:
Olha a Folha, o Diário, a Gazeta!

jaime2

Correm os dias
O menino que vendia notícias
Agora era notícia nos jornais

Os repórteres fizeram a caridade publicitária
E agora os tribunais decidem o futuro
Da criança renascida

Levanta-se um casal
Podemos dar um lar, Senhor Juiz,
Não temos filhos, temos dinheiro
Terá colégio, conforto, viagens; será feliz

Jaime sonha boquiaberto
Um lar, colégio, conforto, viagens
Ele que vivia meio morto, dormindo ao relento,
Quase pedindo esmolas.

Mas no meio da plateia
Ergue-se a rude voz do varredor de ruas
Senhor Juiz, eu quero o menino!
Vê a reprovação em cada olhar.
Sabe que vai perder!

Sorri com esforço,
Contraindo a enorme cicatriz do rosto
E mostra para o menino
As mãos cobertas de ataduras

Jaime hipnotizado com
Aquelas mãos indaga:
Que foi?: Quem machucou você?
Por que suas mãos estão assim?
Por quê?

mãos marcadas

E como se dissesse
A coisa mais natural do mundo
Respondeu o varredor de ruas:
As feridas nas minhas mãos
São as marcas do meu amor
Foi o fogo quando salvei você!

Jaime esquece o auditório,
Os futuros pais ricos,
O juiz que pede silêncio
E lança-se ao pescoço do homem
Que enfrentara a morte
Que não temera o fim
Gritando entre soluços:
Eu vou com ele, Senhor Juiz
Eu o amo! Ele sofreu por mim.

É a criança mais feliz do mundo
Mais cheia de gratidão
Não terá colégios,
Conforto, viagens, nada
Mas terá um amigo, um grande amigo
O melhor presente para o coração!

(pausa)

Agora quero falar com você
Você sem Cristo.
Porque eu vejo teu drama
Eu sei que o mundo te chama
E tudo o que ele oferece
É mais forte que a tua fé

Talvez uma mulher bonita
Que numa frase maldita
Te ofereça prazer e emoção

Talvez o dinheiro fácil,
O vício que te domina,
O ódio que te assassina
Corrompam teu coração.

Seja qual for tua história,
Só te aponto um caminho:
Corre ao Calvário sozinho
E contempla a tua cruz
Aquela maior, a do meio,
Pois é naquela que morre,
É daquela que escorre,
O sangue santo de Jesus.

Escolhes cá embaixo?
Optando a fama, o vício
A ruína e o prazer?
E lá no alto
No topo da colina
Jesus estará a te dizer:
As feridas das minhas mãos
São as marcas do meu amor
Para livrar-te do inferno
Para dar-te o gozo eterno
Eu aceitei tua dor.

Foi por amor a ti
Que rasguei as cortinas
Que ocultavam o céu
E agora o céu pode ser teu
Eternamente teu
Faz agora a tua escolha, ó amigo
Entre os bens da Terra
E a graça de Jesus
Mas antes lembra
Das duas mãos marcadas,
Feridas, dilaceradas
Por teus pecados
Sangrando na cruz




MINHAS MÃOS

Para escutar a sempre esplêndia narração de Selene Furquim Oliveira clicar em:

http://www.4shared.com/mp3/A0uKLrDo/B_-_1_-_MINHAS_MAOS_-_FANNY_CR.html

mao com flor

(Fanny Crosby)

Eu tinha minhas mãos cheinhas de tesouros

a mim tão preciosos:

trabalhos de ouro e prata e pedras de valor.

Era o que eu possuía e eu lhe votava amor.

O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos

as Suas mãos varadas

maos com coração

e o meu precioso haver das minhas mãos caiu:

joias despedaçadas

rolaram pelo chão e meiga voz se ouviu:

“Espalma as tuas mãos; sou Eu quem deve enchê-las.

Vazias quero-as ter, para servir-me delas!”

Eu tinha em minhas mãos as marcas do trabalho

e as manchas do pecado.

Por isso o meu trabalho alvura não mostrava

e, porque era manchado, o seu valor baixava.

O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos

as Suas mãos sangrentas

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e o sangue das Suas mãos as minhas mãos lavou.

E, puras, alvacentas,

eu, com prazer, as vi; e o Mestre me falou:

“Limpa as tuas mãos manchadas do pecado

e vem depois: serás no meu serviço usado!”

Eu tinha minhas mãos trementes e cansadas,

jamais em prece unidas,

mas ocupadas sempre em mil trabalhos vis…

Numa pressão constante, exaustas e febris!…

O Mestre veio a mim e pôs nas minhas mãos

as Suas mãos serenas

maos iluminadas

e logo em prece ardente as minhas mãos uni.

Ocupações terrenas

perderam a atração e mansa voz ouvi:

“Conserva as tuas mãos serenamente em prece,

até que a agitação da tua vida cesse!”

Eu cria em minhas mãos haver força e firmeza

sem o poder divino:

entregue ao meu trabalho, ardente e ideal,

eu não obedecia à voz celestial.

O Mestre veio a mim e pôs em minhas mãos

as Suas mãos pesadas

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e desde aquele instante a força me fugiu,

a menos que ligadas

tenhamos nossas mãos. E o Mestre concluiu:

“Só na fraqueza humana opera o meu poder:

se queres vê-lo em ti, resolve obedecer!…

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In O Jornal Batista (Nov 1944)

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