O grupo ‘Podemos’ é um verdadeiro fenômeno na Espanha e ao que parece no mundo. No Brasil, insatisfeitos com Marina, dissidentes da Rede, querem criar um partido político nos moldes do novo partido espanhol, o “Podemos”.

As jornadas de junho de 2013 e posteriormente as eleições de 2014, evidenciaram o descontentamento da população brasileira com as instituições e os partidos políticos. Por outro lado na Espanha, um partido de apenas 2 meses de vida, já conquistou mais de 1 milhão de votos no Parlamento Europeu. O “Podemos” surgiu também das indignações populares e movimentos, como o 15-M. As maiores insatisfação dos brasileiros e Espanhois é sobre a corrupção descarada dos governantes e os ajustes econômicos – o que levou a Espanha a uma crise sem procedentes. Podemos se consolidou como a terceira maior força política no país e já inspira grupos e movimentos sociais que enxergam no Brasil os mesmos elementos para tentar emplacar uma nova forma de fazer política.

Marina, uma das fundadoras da #Rede

Marina, uma das fundadoras da #Rede

O Avante, nome provisório do projeto de partido, é um exemplo claro de influencia do ‘Podemos’, uma vez que é formado por ativistas de vários movimentos sociais com pretensões de criarem em 2015 um partido político. O grupo reúne também dissidentes da Rede Sustentabilidade, que abandonaram o partido que Marina Silva (hoje no PSB) tentou criar desde 2013 ao se desiludir com os rumos tomados pela campanha presidencial. O Avante tomou força principalmente depois que a Marina da Silva (líder da Rede) apoiou Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições.

“As pessoas buscam uma alternativa, os reflexos dos movimentos de junho de 2013 ainda estão aí. (…) A Rede seria essa alternativa. Ela se antecipou à isso, teve essa visão. Mas ao apoiar um dos lados na eleição, ao fazer uma campanha tradicional, ela perdeu a possibilidade de atrair esse sentimento, de realmente ser uma outra forma de fazer política”, avalia o historiador e escritor Célio Turino, que foi porta-voz da Rede em São Paulo e que foi um dos 7 dos 12 membros da Executiva paulista a deixar o sigla depois das eleições. “Estamos estudando muito a experiência espanhola, principalmente esse modelo cidadanista, horizontal, baseado no tripé do bem viver, do bem comum e do ecossocialismo. O Brasil precisa de uma reaproximação das pessoas com o poder, existe um vazio a ser ocupado”, disse.

Célio Turino

Célio Turino