Membros da coligação Juntos pelo Sim, que defendem a independência da região autônoma da Catalunha em relação à Espanha, intensificam os atos de campanha na reta final para as eleições regionais, que ocorrerão no domingo (27).

A expectativa é de que a coligação, formada pelos partidos Esquerda Republicana na Catalunha (ERC) e Convergência Democrática da Catalunha (CDC) – o último liderado pelo presidente Artur Mas –, consiga conquistar pelo menos metade dos 135 assentos do Parlamento regional, configurando a maioria necessária para conduzir a região à independência.

Figuras ilustres, como o ex-técnico do Barcelona Pep Guardiola, se juntaram à campanha separatista. Guardiola está entre os candidatos que concorrerão a uma cadeira no Parlamento regional pela Aliança Pró-Independência.

Embora as últimas pesquisas de opinião apontem vitória certa dos partidos pró-independência, nas ruas o assunto divide opiniões. O estudante Sergi Mancilla, morador de Barcelona, afirma que votará pela separação. “Espero que o sim (coligação Unidos pelo Sim) vença. Acho que isso nos garantiria poder suficiente para darmos o primeiro passo rumo a um país mais justo e orientado para o social”, disse.

Maria Navarro, moradora do município de L’Hospitalet, não quer que a Catalunha se separe da Espanha. “Catalães e espanhóis são todos iguais. Se as coisas tiverem que melhorar, vamos fazer isso, mas vamos fazer juntos, não separados. Unidade faz a força”, declarou.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, em vários ocasiões, durante eventos políticos na Catalunha, alertou os cidadãos sobre as consequências da separação. “Estão tentando esconder o fato de que, uma vez fora da Espanha, a Catalunha vai deixar de ser uma região europeia. Uma região isolada será a ruína para os bancos, negócios e para os cidadãos”, disse ele em discurso no povoado de Badalona, no último domingo (20).

Situada a Nordeste da Península Ibérica, a Catalunha recuperou o status de região autônoma desde a constituição de 1978, o que lhe garante governo e Parlamento próprios, embora com poderes limitados. Seus cerca de 7,5 milhões de habitantes falam o catalão como idioma principal, embora o espanhol também seja reconhecido como língua oficial.

A causa da independência sempre fez parte da história da Catalunha, mas ganhou força após a crise econômica de 2008, quando medidas de austeridade impostas pela União Europeia levaram a um alto índice de desemprego e à queda do bem-estar social em toda a Espanha.

Em 27 de setembro do ano passado, o presidente Artur Mas assinou decreto convocando um referendo para decidir sobre a independência da região. Dois dias depois, o Tribunal Constitucional espanhol decidiu suspender a consulta, alegando que ela era inconstitucional. O governo insistiu na tentativa e promoveu, no dia 9 de novembro, uma votação simbólica. Apenas 2,3 milhões dos mais de 6 milhões de catalães com direito a voto participaram – 80,72% votaram a favor da separação.

Diante do resultado, os partidos pró-independência concordaram em apresentar uma lista conjunta de candidatos nas eleições regionais, que foram convocadas antecipadamente. Se os separatistas alcançarem maioria no domingo, como indicado nas pesquisas, eles prometem lançar um cronograma para a independência em 18 meses.

Marcha pela independência

Marcha pela independência

Com informações da Agência Brasil

Por: Giselle Garcia – Agência Brasil

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( Texto retirado na íntegra )