O fotógrafo é aquele que desenha com luz.

Ele que sempre faz os retratos, mas desta vez foi ele o objetivo da câmera.

Sebastião Salgado (Aymorés, Minas Gerais, 08/02/1944) formado em Economia, é o maior fotógrafo brasileiro da atualidade e de toda a história do Brasil, consagrado entre os melhores do mundo. Em 1969, exilou- se em Paris por causa da ditadura no Brasil. Ganhou o “Príncipe de Astúrias” na Espanha. Sempre há exposições de Sebastião Salgado na Espanha, agora tem uma, a “Génesis”, na Caixa Forum de Palma até 24 de maio. Como o próprio nome diz, a exposição é sobre a natureza mais selvagem e primitiva, que o fotógrafo registrou durante 8 anos em suas andanças pelo mundo (tem o livro também com o mesmo nome).

O documentário “O sal da Terra”, do seu filho Juliano Ribeiro Salgado e do cineasta Wim Wenders foi indicado ao Oscar nesse ano (não levou). Estreiou no Brasil no mês de março de 2014 e em outubro na Espanha. Quem ainda não viu, não deixe de assistir.

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Sebastião Salgado tem uma marca registrada, usa o preto e branco nas suas fotos realistas e exóticas, viajou o mundo todo fotografando povos, tribos, em lugares de difícil acesso em todos os continentes. Mas não só: fotografou guerras, costumes e sentimentos; ele captou a inocência e a pobreza, a dor, a fome, a crueldade, a velhice, o desamparo, o medo; ele fotografou muito mais que pessoas, aprisionou emoções em suas imagens. Ele tem um olho mágico que consegue captar detalhes e momentos que tornaram a sua obra única. Sebastião elevou a fotografia ao nível das grandes obras- de- arte. Veja alguns desses momentos, que tiram o nosso fôlego e encolhem o coração. Não é ficção, é a verdade na lente do fotógrafo esbofeteando a “humanidade”, que esquece de quem não tem nada, que não se compromete em dividir, compartilhar, que se beneficia de alguma maneira do suor e sangue de trabalhadores em condições desumanas principalmente na Ásia e África. Quanto custa a riqueza de alguns poucos?!

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Em Serra Pelada (acima e abaixo) no Brasil. A busca do ouro, que matou e adoeceu muitas pessoas por causa do mercúrio usado para separar o ouro, além de poluir os rios da região.

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Outra da Serra Pelada:

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Abaixo, os trabalhadores destruindo os postos de extração de petróleo durante a Guerra do Golfo:images
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Imagino como deve ter sido duro presenciar essas cenas, apenas uma pequeníssima amostra. Um homem corajoso, que expôs ao mundo o que esse próprio mundo esconde, finge que não existe. Veja o trailer oficial do filme, que é um longa- metragem:

E veja a entrevista com Juliano Salgado sobre o making- off do documentário:


Estreias da semana

Na Espanha, todas as sextas- feiras entram filmes novos nos cinemas, veja alguns:

BANNERMORTDECAIODEON2083X925Johnny Depp é o rei dos personagens exóticos, esse é mais um. Ele é um marchant de arte em busca de uma obra em posse dos nazistas. Quem já viu disse que não é um filme pra se levar muito a sério, é cheio de estereótipos.

  • A dama de Ouro, com Helen Mirren e Ryan Reynolds.

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Um filme também sobre Arte, mas essa é uma história real, a de Maria Altmann, judia, que ficou 60 anos fora do seu país por causa do nazismo da II Guerra Mundial. Ela volta para recuperar o patrimônio que os nazistas roubaram da sua família, o famosíssimo quadro de Gustav Klim, o “Retrato de Adele Bloch-Baauer I”.

  • Felices 140, com Maribel Verdú.

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Para quem gosta de filmes espanhóis, esse parece engraçado, mas é classificado como “comédia negra” e drama. Elia (Verdú) completa 40 anos e ganha 140 milhões de euros no Euromilhões. Mas parece que tanto dinheiro não vai trazer a mesma quantidade de felicidade.


 Bom fim de semana! Até a próxima sexta! #PalomitaZ