No Brasil, a FIFA tentou impor condições, que incluíam a suspensão da eficácia do Código de Defesa do Consumidor durante a realização dos jogos; a permissão de venda casada de diversos produtos; a punição para quem desistir da compra de um ingresso; a não exigência de cobrança de meia-entrada a estudantes e idosos; a permissão de venda de bebidas alcoólicas nos estádios (vedada pelo Estatuto do Torcedor); e o aumento das penas para quem falsificar produtos oficiais da Copa.

Entre outros episódios, a entidade chegou a tentar impedir a comercialização de acarajé não apenas dentro do estádio que receberá jogos na Bahia, mas num raio de 2 quilômetros em torno das arenas, o que foi entendido como uma forma de proteger um de seus patrocinadores, atuante na área de fast food. Foi um passo além de quando tentou impedir as cervejarias alemãs de comercializar produtos dentro dos estádios, preservando o monopólio da patrocinadora Budweiser.

Faltando aproximadamente dois meses para o início da Copa do Mundo no Brasil, as notícias sobre os atrasos nas obras estão desesperando a Fifa.

O atraso na entrega dos estádios, como a Arena Corinthians, por exemplo, a falta de tempo hábil para a realização dos chamados eventos teste, o cancelamento das Fan Fests, entre tantos outro aspectos polêmicos, não estavam nos planos da FIFA.

A Copa de 2010, na África do Sul, gerou receitas para a Fifa de US$ 3,6 bilhões e os custos com o evento atingiram US$ 1,3 bilhão. O seu lucro líquido acumulado entre 2007 e 2010 atingiu US$ 631 milhões. Segundo dados recentes publicados pela entidade, até 2013 a Copa no Brasil gerou US$ 3 bilhões e a projeção atual é de que o volume total gerado atinja US$ 4,4 bilhões. Isso representará um acréscimo de 22% em relação à Copa de 2010 e 106% em comparação a de 2006, na Alemanha.
Assim, a Fifa descobriu, na prática, o que significa o custo Brasil, pois viu suas despesas relacionadas ao evento aumentarem em 38% em comparação ao orçamento inicial.