Produtor americano leva atrizes brasileiras para Hollywood

 

“Bruna Marquezine is ‘bombando’ in Brazil”. Foi o que o produtor Uri Singer, 53, diz ter ouvido a respeito da atriz. A carioca de 18 anos irá emendar o fim da novela “Em Família” com um papel numa produção hollywoodiana.

Marquezine é o novo investimento desse produtor americano de origem israelense conhecido por levar atores brasileiros para os EUA.

A atriz está escalada para “Breaking Through”, de John Swetnam, e a partir de agosto deve rodar suas primeiras cenas em Los Angeles.

O longa explora o universo de dançarinos que fazem fama no YouTube. Ela interpretará Roseli, amiga e rival da protagonista (o nome da intérprete não foi divulgado).

Por meio da assessora pessoal, Marquezine disse que não daria entrevista para falar de carreira internacional.

Bruna Marquezine vai estrear em Hollywood -

O diretor Swetnam só dirigiu um curta e fez o roteiro de um filme-catástrofe que ainda não estreou.

“Sugeri Bruna a Swetnam, pedi para ele assistir à novela ‘Em Família’. Ele disse que viu, não entendeu nada, mas gostou dela”, afirma Uri Singer.

“O inglês dela é bom e ela sabe dançar bem, é o que o papel pede”, diz o empresário paulista Luís Fragali, 45, que assina a produção executiva do filme americano.

Oriundo do mercado financeiro, Fragali diz ter topado o investimento porque o projeto conta com a produção artística do músico John Legend, ganhador de quatro prêmios Grammy. “E porque o Singer é um bom gestor, nunca estoura o orçamento”, diz.

Casado com uma brasileira, Singer já viveu aqui, onde montou uma empresa de proteção solar para carros. Em 1999, de volta à Califórnia, criou uma linha de lingerie chamada Beijo Brasil, e diz ter ficado próximo de “gente do showbusiness local”.

 

SEM FRESCURA

A primeira brasileira que topou no caminho de Singer foi Juliana Paes, 35. “Nos conhecemos no avião.” Depois, ela apareceu na lista das cem pessoas mais bonitas do mundo da “People”. “Tive o ‘insight’ de que aquilo abriria portas para ela nos EUA.”

“Amor por Acaso” (2010) foi o filme que fizeram juntos nos EUA, com direção do também brasileiro Márcio Garcia.

Na comédia romântica, Paes interpreta uma vendedora no Rio que herda uma propriedade na Califórnia e se envolve com o americano Jake (Dean Cain, o Super-Homem do seriado “Lois & Clark”).

Nos EUA, o filme foi direto para DVD. No Brasil, faturou R$ 460 mil nas bilheterias, mas rendeu receita extra a Singer, que vendeu espaço de exposição no longa para a marca “Head & Shoulders” e a rede de lojas Leader.

Juliana Paes informou via assessoria que é amiga de Singer, mas “não tem planos de participar de outros filmes estrangeiros com ele”.

Depois de Paes, o produtor levou Christiane Torloni e Carol Castro para o filme “Angie” (2013), dirigido por Márcio Garcia, e Fernanda Machado para protagonizar a comédia “A Brasileira”, do obscuro diretor Brian Brightly. A produção deve estrear em setembro nos cinemas dos EUA.

“É um nicho a ser explorado. Os atores ficam famosos no Brasil, mas não fazem esforço para despontar nos EUA”, diz o produtor.

Os atores Cauã Reymond e Thiago Fragoso também passaram pelo radar de Singer, mas não foram escalados ainda. Os dois são figuras fáceis no perfil de Singer no Instagram, em que também aparece Sabrina Sato com o letreiro de Hollywood ao fundo.

Singer não informa os cachês pagos por acordo de confidencialidade. O sotaque, diz, é empecilho. “Sobram poucos papéis bons.”

 

 

FONTE: FOLHA DE S.PAULO