Vários setores da economia começam a enfrentar problemas com a inflação, reajuste de insumos e aumento do preço do combustível, entre outros. Esta realidade vem tirando o sono, por exemplo, da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro do Rio Grande do Sul (RS), que já fala em crise no setor…

O Presidente do Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro (Sindibritas) e Associação Gaúcha dos Produtores (Agabritas), Pedro Antônio Reginato relata que “um dos pilares da crise que já atinge o setor é o aumento recorde do preço do material que serve de base para fazer o asfalto. O reajuste do chamado Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) foi de 28% – 10% em novembro e 18% em dezembro de 2014. É o maior dos últimos cinco anos e quatro vezes a inflação”.

Presidente do Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro (Sindibritas) e Associação Gaúcha dos Produtores (Agabritas), Pedro Antônio Reginato.

Presidente do Sindicato da Indústria da Mineração de Brita, Areia e Saibro (Sindibritas) e Associação Gaúcha dos Produtores (Agabritas), Pedro Antônio Reginato.

Reginato afirma “que os contratos de obras públicas não compensam mais e, agora, a tentativa é de repactuá-los sob novos valores – para que as empresas tenham algum lucro. Além disso, houve mudanças na forma de financiamento dos bens. As máquinas e caminhões da indústria produtora do material de construção, antes, eram adquiridos por meio de financiamento de 100% do valor e as taxas eram de 6,5%. A partir deste ano, a taxa subiu para 9,5% e será possível negociar apenas 70% com a financeira”.

O Presidente do Sindibritas e da Agabritas reforça a preocupação ao lembrar que “os reajustes das tarifas de energia elétrica que passaram a valer no mês passado (em torno de 20%), serão sentidos pela construção civil a partir de maio, e vão refletir no preço do produto final, seja areia – brita – cimento ou asfalto. Em maio, o consumidor vai sentir o reajuste dos preços desses itens em torno de 15%, e o setor da Construção Civil, que já está desacelerado sofrerá um impacto ainda maior”, prevê o representante das mineradoras gaúchas.

“Além da conta de luz que passou a custar R$ 3,00 a mais – a cada 100 KWh com o aumento, as mineradoras – bem como outras empresas que usam grande quantidade de energia elétrica – têm de pagar pelo contrato de demanda, e este teve o valor acrescido em 15,37% em relação a dezembro de 2014. O custo com energia elétrica no setor de produção de areia, cimento, brita e asfalto representa, em média, 10% dos custos. 2015 já está sendo um ano preocupante e as expectativas são pessimistas” enfatiza Pedro Antônio Reginato .

Reginato conclui lamentando o fato de que em face da situação “foram descartados investimentos em novas áreas de extração e aquisição de equipamentos. O momento requer muita cautela, pois estamos diante de um cenário de redução de horas e demissões na indústria. As construtoras já não investem em tantos empreendimentos, pois estão começando a sobrar apartamentos”.

Como podemos observar, nesta narrativa de apenas um dos setores atingidos pela retração brasileira, o futuro reserva incertezas e aumento de preços em todos os segmentos, portanto, é bom o brasileiro ficar atento.

Aliás, a nação verde e amarela vem sendo atingida por todos os lados, numa iniciativa que partiu do próprio governo, com acréscimo nos combustíveis, energia elétrica, juros e outros itens que acabam por tornar nossa vida nada fácil daqui por diante.

Com empresas parando de produzir e sem condições de se manter frente às circunstâncias, quem sofrerá com esta avalanche pós-eleitoral, é o próprio eleitor, a menos que providências sejam tomadas a tempo – por aqueles que administram este país. Mas como propagam por aí, que “está tudo bem”, resta saber para quem…

Indústria Mineradora