A economia brasileira tem tido um desempenho fraco e os efeitos são sentidos em todo o território nacional como reflexo também das desonerações que provocaram a pior arrecadação federal no primeiro semestre em quatro anos.

A Receita Federal arrecadou de janeiro a junho deste ano, R$ 607,208 bilhões, um montante que representa queda de 2,87% em relação ao mesmo período do ano passado, descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A menor para os primeiros seis meses do ano – desde 2011.

Em junho, a arrecadação federal chegou a R$ 97,091 bilhões – redução de 2,44% em relação a junho de 2014 e o pior resultado para o mês desde 2010, também em valores corrigidos pelo IPCA. Apesar do desempenho negativo houve ínfima melhora em relação a maio, quando a queda pela comparativa mensal chegou a 4,03%.

Segundo a Receita Federal, os principais fatores para a queda na arrecadação de janeiro a junho foram a redução de 6,25% na produção industrial, que impactou a receita de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e 5,09% de queda na venda de bens e serviços, provocando a diminuição da arrecadação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), tributos ligados ao faturamento.

arrecadação em queda

O crescimento da massa salarial abaixo da inflação contribuiu para 3,34% a menos na receita da Previdência Social, descontado o IPCA. A lucratividade reduzida das empresas fez a arrecadação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido cair em 9,11% no primeiro semestre, também descontada a inflação.

As desonerações concedidas nos últimos anos também foram responsáveis pela queda na arrecadação em 2015, gerando perdas para o governo de R$ 54,882 bilhões. As medidas com maior impacto são a desoneração da folha de pagamento para 56 setores da economia, que fez a Receita deixar de arrecadar R$ 11,2 bilhões, e a inclusão de novos setores no Simples Nacional, que ocasionou a perda de R$ 5,8 bilhões em 2015.

Contra fatos não há argumentos, então, só nos resta aguardar por medidas capazes de reverter este quadro e garantir a retomada do crescimento no Brasil, para que a nação verde e amarela não sofra com um retrocesso nunca visto.

dinheiro41