A leitura sem sombra de dúvidas nos remete a um passeio sem precedentes à ficção, à realidade e, muitas vezes à História. Através dela encontramos um emaranhado de curiosidades e informações, capazes de surpreender – tamanha gama de dados que poderiam ter ficado no passado ou esquecidas, mas quando lemos um livro, nos tornamos detentores deste conhecimento.

Um exemplo clássico aconteceu comigo ao receber as obras de autoria do escritor, artista plástico e delegado da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, o uruguaianense, Carlos Fonttes.

Seus livros intitulados “Retrato de uma Rendição” contendo fatos históricos sobre a rendição paraguaia em Uruguaiana (RS) no ano de 1865, e “Guardiões do Passo do Rosário” destacando a evolução do 4º Regimento de Carros de Combate – “Regimento Passo do Rosário” e de seus antecessores (eventos histórico-militares naquela guarnição localizada em Rosário do Sul/RS) – são obras obrigatórias nos anais literários do Brasil, e, portanto indispensáveis a quem deseja saber com detalhes, questões que resgatam a nossa história.

Fonttes que entre outros, foi um dos mentores do “Encontro Internacional de História – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai” apresenta em seus livros por exemplo uma menção interessante sobre a “Marcha de Ituzaingó”, onde “durante a Guerra da Cisplatina (de 1825 a 1828), entre o Império Brasileiro e as Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina) travou-se o maior conflito em território brasileiro, na Região de Rosário do Sul, em 20 de fevereiro de 1827 resultando na morte de muitos combatentes, entre eles, o nosso ‘Anjo da Vitória’, Marechal de Campo, José de Abreu, Barão de Cerro Largo”.

Transcrevendo ainda, o texto contido em “Guardiões do Passo do Rosário”, Carlos Fonttes relata que “o Imperador Dom Pedro I – compositor e músico notável, compôs uma marcha para que sua tropa tocasse na primeira vitória obtida, e quando as forças imperiais se retiraram do campo, os argentinos encontraram e levaram um baú contendo várias peças musicais, entre essas, a ‘Marcha de Ituzaingó’, que é executada até hoje, quando se aproxima o Presidente da República Argentina, em solenidades oficiais”.

Claro que existem dados impressionantes e desconhecidos para a maioria dos brasileiros nestas obras, e assim como nos chamou a atenção o fato da possibilidade de uma composição de nosso Imperador ter se tornado marcha oficial na Argentina, há muitos outros fatos que merecem ser resgatados. Realmente instigante!

Escritor Carlos Fonttes

Escritor Carlos Fonttes