O filme que inaugurou a mostra Novocine em Madri foi “A estrada 47” (2013), do fantástico cineasta Vicente Ferraz. O foyer do cinema “Palacio de la Prensa”, na mítica avenida Gran Vía, estava cheio. Cheguei com duas amigas 15 minutos antes, já que no ano anterior cheguei no horário e não tive nenhum problema para entrar. A diferença? Esse ano houve sorteio de duas passagens para a Bahia, quem ganhou, por sinal,  foi um casal que estava ao meu lado. Boa viagem!

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Ontem no “Cine Palacio de la Prensa”, a presença das produtoras Mariana Jacob, Silvana Morales Nunes, da cineasta Mini Kert (em breve entrevista com ela na BrazilcomZ) do cineasta Vicente Ferraz (primeiro à direita), do diretor da Fundação Cultural Hispano- Brasileira e do embaixador do Brasil na Espanha, Antonio Simões (com o microfone).

“A estrada 47” é um espetáculo! O cinema brasileiro está cada vez melhor e não deve nada às produções com muito mais investimento. No Brasil faz- se muito com pouco (em se tratando de cinema). Verídico, relata a história de soldados brasileiros que tinham uma missão muito difícil e perigosa de abrir passagem nas estradas, no caso do filme, a estrada 47, para que as tropas americanas pudessem passar com os tanques sem serem explodidas por minas. As filmagens aconteceram em pleno inverno no norte da Itália, muita neve, com toda a dificuldade e cansaço de produzir um filme assim nesse clima inóspito.

12235104_536054733216758_5987847920801408832_nRenata Barbalho, diretora da BrazilcomZ e da Espanha Fácil, junto ao cineasta Vicente Ferraz.

A Itália dominada pelo nazismo na Segunda Guerra Mundial, devastada, as pessoas abandonam as suas casas em busca de abrigo e comida. Um jornalista acompanha a tropa com soldados muito diferentes em si: o religioso, o folgado e o engraçado/solidário, deram o toque de emoção e humor em um filme com temática triste de guerra. E isso é bem real, pois mesmo em situações extremas, o ser humano tem um poder de adaptação enorme. Até os judeus em campos de concentração conseguiram ver a beleza da vida, e em certos momentos, até serem felizes (leiam “Sem destino”, de Imre Kertész, o melhor relato de um sobrevivente do Holocausto que eu já li).Vicente Ferraz retirou do ostracismo essa história da Força Expedicionária Brasileira que passou fome, medo e que morreu tão longe de casa.

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A senhora PalomitaZ e o cineasta Vicente Ferraz.

A história que conta Vicente é também a do avó da nossa amiga Helena, que era engenheiro e comandava uma tropa na Itália fazendo esse trabalho, quase uma sentença de morte, Franco Manfredini desarmava bombas. Os seus companheiros morreram e ele refugiou- se em uma casa na zona rural até o fim da guerra, até conseguir ser resgatado.

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Vicente Ferraz e Helena Pereira

Graças aos soldados brasileiros, uma região da Itália foi libertada do nazismo. A participação do Brasil na Europa (em números) foi pequena, mas fundamental, os soldados conseguiram completar a sua missão com êxito. Bravo!

Aproveito para deixar uma dica aos leitores do PalomitaZ: instalem nos seus smartphones algum aplicativo de busca dos seus aparelhos. Ontem, ao sair do cinema, uma amiga nossa percebeu que o seu telefone havia desaparecido e graças ao “Buscar iPhone”, conseguimos localizar a pessoa que havia achado o telefone e não tinha nenhuma intenção de devolvê-lo. A nossa noite  virou cena de cinema, uma corrida desenfreada pelas ruas de Madri atrás de um “mão grande”. Inesquecível ou não?!

Não deixem de ler o texto anterior sobre essa sexta- feira 13, dia excepcional com dois posts. Até a próxima!